A incrível história de Victor Noir, ereção post mortem…
A incrível história de Victor Noir, ereção post mortem e símbolo sexual do cemitério Père-Lachaise. No dia de hoje, 11 de janeiro no ano de 1870 foi assassinado Victor Noir.
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O Père-Lachaise em Paris, é conhecido como o Cemitério das Celebridades
Lá que se encontrar sobre o túmulo de Victor Noir, um jornalista assassinado aos 22 anos, a escultura em bronze do seu cadáver, onde se percebe uma nítida ereção, por conta disso, criou-se uma lenda urbana vitoriana.
Victor Noir é uma das muitas celebridades enterradas no cemitério parisiense de Père-Lachaise incluindo Jim Morrison e Oscar Wilde, e foi um personagem muito conhecido em sua época. Seu túmulo mostra a figura deste jornalista que morreu aos 22 anos, abatido por um tiro um dia antes de seu casamento, pelo sobrinho-neto do imperador Napoleão Bonaparte e primo do governante da época, Napoleão III.
Em uma espetacular estátua muito realista feita em bronze pelo renomado escultor francês Jules Dalou, Victor Noir aparece tal qual foi derrubado pelo disparo do príncipe Pierre Bonaparte, com a boca entreaberta, as mãos inertes, a camisa desabrochada e a cartola jogada junto a ele. A estátua também mostra de forma clara uma grande ereção post mortem, um priapismo habitual nos cadáveres de homens que são enforcados.
O que é priapismo?
Ereção prolongada do pênis, geralmente sem excitação sexual. O priapismo é uma ereção involuntária e persistente. Pode ocorrer espontaneamente ou devido a certos antidepressivos ou fármacos para disfunção erétil.
Uma ereção post mortem é uma ereção que se dá após a morte, tecnicamente um priapismo, que se observa nos corpos de machos humanos que foram executados, particularmente através de enforcamento.
O que é ereção post mortem?
Uma ereção post mortem é uma ereção que se dá após a morte, tecnicamente um priapismo, que se observa nos corpos de machos humanos que foram executados, particularmente através de enforcamento.
O jovem assassinado
Yvan Salmon ou Victor Noir como era conhecido foi um jornalista do segundo Império, nasceu 27 de julho de 1848, em Attigny, na região Vosges e morreu em Paris, em 10 de janeiro de 1870, assassinado aos 21 anos, com um tiro no peito, por Pierre–Napoleão Bonaparte, primo do imperador Napoleão III.
Nesta época, Napoleão III encontrava-se ameaçado por vários políticos democratas que se rebelavam contra o Imperador por causa da sua política centralizadora e autoritária de administrar a França.
Iniciou-se portanto através dos jornais, revistas e panfletos, uma voraz campanha de mobilização para a população lutar contra esse regime imperialista, contra o fim das opressões, e das injustiças tomadas contra os republicanos e ao povo de maneira geral. Uma propaganda jornalística justa, que buscava a liberdade, a democracia e o fim do autoritarismo do Imperador.
O homicida
Pierre–Napoleão Bonaparte(1815-1881), grande agitador, turbulento filho de Lucien Bonaparte, irmão do famoso Napoleão Bonaparte I°. Em 1836 foi condenado a pena de morte, na Itália, por assassinato de um oficial. Pena essa transformado a pedido do papa Gregório XVI, em 15 anos de prisão. E finalmente em exílio para o Estados Unidos, por causa do nome, e ao seu primo, Napoleão III.
Em Nova Iorque, entrou numa briga de rua, e matou mais uma pessoa. Fugiu para Europa, precisamente para Daverdisse, na Bélgica, onde ficou tranquilo por alguns anos.
Com a subida ao poder de seu primo, Charles-Luis Napoleão Bonaparte, eleito pelo voto universal, 1° presidente da França. Pierre-Bonaparte tornou-se deputado do partido de esquerda em Paris, como representante da Córsega.
Um mandato que durou somente três anos, pois em 1851, com assembléia dos deputados destituída, (por causa do golpe de estado praticado pelo seu próprio primo e presidente da República, Charles-Luis, agora chamado Napoleão III), Pierre-Napoleão retornou para Córsega, onde foi eleito Presidente do Conselho Geral da ilha, e por onde ficou morando por alguns anos.
Em 1870 de volta a morar em Paris, leu a notícia publicada no jornal corso, “La Revanche”, que atacava moralmente todos membros da família Bonaparte, e os miseráveis republicanos corsos, que apoiavam o governo imperialista de Napoleão III, chamando-os de traidores da nação e que deveriam serem mortos.
A resposta de Pierre-Napoleão
Pierre–Napoleão Bonaparte furioso com a notícia, respondeu as ameaças e insultos através de um outro jornal corso, “l’Avenir de la Corse”, onde defendeu a honra de sua família, escrevendo um artigo bem agressivo, contra as calúnias deferidas.
A briga esquentou mais ainda quando o jornal satírico do continente, “La Marseillaise“, também de oposição ao 2° império de Napoleão III, reforçou com artigos mais pesados e ameaçadores, contra o regime, a família e a todos descendentes de Napoleão I°, pedindo ao povo a se insurgirem e, se manifestarem rapidamente nas ruas, antes que fosse tarde demais.
Novas ofensas
Pedro–Napoleão Bonaparte apesar de também ser um opositor ao regime e estar já algum tempo com relações cortadas com o primo Napoleão III, não admitiu esses novos insultos ordenou ao então a Henri Rochefort, diretor do jornal “La Marseillaise“, que se retratasse publicamente.
Henri Rochefort, jornalista respeitado, mas também um homem violento pediu para que dois colegas da redação do jornal, Jean-Baptiste Millière et Arnould fossem até a casa de Pierre-Bonaparte no n° “59 rue d’Auteuil”, para desafiá-lo a um duelo de vida ou morte ou uma reparação financeira ao partido de esquerda.
Mas por coincidência, um outro jornalista, Pascal Grousset, correspondente do jornal corso “La Revanche“ em Paris, ofendido pelas resposta de Pierre-Napoleão feitas no jornal “l’Avenir de la Corse”, também resolveu ir encontrá-lo acompanhado de mais três outros jornalistas, Georges Sauton, Victor Noir e Ulrich de Fonvielle para obter uma retratação escrita pela difamações feitas no violento artigo.
As versões do crime
Em 10 de janeiro de 1870, Pascal Grousset ao chegar na casa de Pierre-Napoleão temendo que poderia haver uma briga ou uma discussão mais violenta preferiu ficar no carro, com Georges Sauton, aguardando por Victor Noir e Ulrich de Fonvielle, que sairam para entrevista.
Segundo a versão a polícia de Pierre-Napoleão, ao abrir a porta de sua casa, pensando estar de frente aos jornalistas Jean-Baptiste Millière et Arnould entrou numa violenta discussão. Furioso e surpreso ao saber que eram outros jornalistas, Victor Noir e Ulrich de Fonvielle, dois desconhecidos e insignificantes que estavam em sua casa, pegou a força a carta, que o grande (de tamanho), Victor Noir segurava, e sem ler uma linha ou perguntar do que se tratava, a rasgou.
Poema do dia (#1) Edgar Allan Poe – O Corvo (tradução de Fernando Pessoa)
Victor então revidou dando-lhe um soco no rosto. Pierre-Napoleão achando que o outro jornalista Ulrich de Fontvielle ao botar a mão no bolso iria sacar uma arma, num gesto de autodefesa sacou uma outra, atirando primeiramente uma bala, no peito do grande Victor Noir, e outras cinco vezes em vão, em Ulrich de Fontvielle.
Versão a polícia de Ulrich de Fontvielle, única testemunha da cena conta que ao chegarem na casa de Pierre–Napoleão foram mal recebidos e uma discussão logo se iniciou por causa de uma a carta que Victor Noir detinha. Pierre-Napoleão, ao arrancar a carta das mãos de Victor rasgou-a em vários pedaços. Victor revidou com algumas palavras para acalmá-lo (ou foram insultos?), e acabou levando com um soco no rosto. Ao tentar reagir a essa agressão do soco, Pierre–Napoleão sacou uma arma que escondia no bolso, e deu-lhe um tiro no peito, e outros cinco tiros em direção de Ulrich de Fontvielle, mas que não acertou nenhuma.
A sentença de cada envolvido
Pierre-Napoleão preso na “Conciergerie” de Paris (prisão do Palácio de Justiça) mas por se tratar de um príncipe da família imperial, foi rapidamente julgado pela Alta Corte de Justiça, e declarado não culpado de homicídio por legítima defesa. Devendo somente pagar uma indenização de 25.000 francos pelo “acidente”, a família de Victor Noir. Depois de um breve exílio forçado na Bélgica por causa da queda de Napoleão III, que não poderia mais protegê-lo voltou para França, em 1877. Faleceu por problemas de diabete, em 8 de abril 1881, na cidade de Versalhes.
Henri Rochefort, Grossey et Fontvielle foram condenados a seis meses de prisão cada, por ultraje e injúrias aos membros da família Bonaparte, e ao regime imperialista de Napoleão III.
A sentença de Napoleão III, que estava todo contrariado foi ter que assistir, ao funeral de Victor Noir, onde num longo cortejo, numa carruagem, puxados por homens (sem cavalos), atravessou uma parte de Paris, acompanhado por mais de 100.000 pessoas, até o cemitério familiar em Neully–sur–Seine.
E esta foi a 1° grande manifestação popular contra o governo de Napoleão III, que sete meses é banido da França.
Símbolo republicano
Victor Noir, o obscuro e desconhecido jornalista de 22 anos, foi homenageado pela nova república, como herói nacional, mártir Revolucionário, símbolo da repressão do império em busca da liberdade.
Em 1885, seu corpo foi transferido para o cemitério Père Lachaise, famosa moradia após vida, das celebridades nacionais e internacionais.
Para lembrá-lo sempre, após uma concorrência nacional, o famoso escultor Jules Dalou foi o escolhido para realizar a sepultura monumento, no cemitério parisiense.
Funeral de Victor Noir – Desenho: A. Jacob Desroches Valnay.
Jules Dalou
Em 15 de julho de 1891, Jules Dalou, antigo aluno de Carpeaux, entregou uma escultura toda em bronze, de um realismo impressionante, onde retrata com perfeição o exato momento que Victor Noir caiu baleado na calçada da rua. Na construção da obra foi empregada uma técnica bem conhecida pelos escultores na época que era usar um modelo nu, ressaltando suas formas musculares, e depois vesti-lo com roupas bem justas.
Na escultura de Victor Noir, pois podemos vê-lo com a boca meio aberta, os braços caídos, as dobras perfeitas do casaco, o detalhe do tiro no peito, o chapéu caído na calçada, e calças entreabertas. O que mais chama atenção é a proposital virilidade com bem dotada saliência, sobre as calças.
Em 2004, uma cerca foi erguida ao redor da estátua de Noir, para impedir que pessoas supersticiosas tocassem a estátua. No entanto, devido a supostos protestos da “população feminina de Paris”, na verdade liderada pelo âncora da TV francesa Péri Cochin , foi demolido novamente.
Símbolo sexual e ritual
Com o passar do tempo, aquele herói, caído no esquecimento, acabou sendo resgatado no século XX, por mulheres em busca do amor e fertilidade, que ao verem a tal saliência, o tomaram com um símbolo sexual, deixando de lado, o ultrapassado símbolo nacionalista republicando.
Escultura de Victor Noir
Segundo a lenda criada em torno da escultura, as mulheres casadas e as solteiras devem realizar uma ou todas, das seguintes tarefas:
- Colocar flores no chapéu.
- Beijar na boca de Victor.
- Passar as mãos nas botas ou no sexo.
- Sentar-se em qualquer parte saliente da obra: botas, queixo, nariz e o sexo.
Resultados no prazo até 1 ano.
Resultados para as mulheres casadas:
- Nunca mais terá dificuldades em engravidar.
- Plena e constante fertilidade para o resto da vida.
- Amor eterno do parceiro.
- Felicidades no casamento.
Resultados para as mulheres solteiras:
- Toda as virtudes descritas para as mulheres casadas.
- Mais um marido bom e honesto.
- Um marido 100% perfeito.
- Um marido fiel e viril.
Assim sendo, graças a essas obrigatórias tarefas para se encontrar o verdadeiro amor e a fertilidade, o bronze da escultura de Victor Noir, em várias partes, se encontram brilhantes e lustrosas.
Atualmente, no local encontra-se uma proteção em volta da escultura, para evitar acidentes, e uma placa avisando que em caso de depredação o autor será punido.
Mais lei nenhuma, impede que a superstição continue nos dias de hoje. E para quem for testar, fique de olho nos seguranças do cemitério! Boa sorte!
RESUMO
Victor Noir
Nasceu em 27 de julho de 1848 e assassinado em 11 de janeiro de 1870) foi um jornalista francês. Depois de ser baleado e morto pelo príncipe Pierre Bonaparte , um primo do imperador francês Napoleão III ( r . 1852-1870 ), Noir se tornou um símbolo de oposição ao regime imperial. Seu túmulo no cemitério Père Lachaise em Paris se tornou um símbolo de fertilidade.
texto original no site: https://segredosdeparis.com/victor-noir-simbolo-sexual-do-cemiterio-pere-lachaise/
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