A Tragédia da Rua Da Praia – o primeiro…
A Tragédia da Rua Da Praia, o primeiro assalto à mão armada de Porto Alegre. Hoje vou contar a história do primeiro assalto à mão armada de Porto Alegre – um crime que durou exatamente 24h caos na porto alegre de 1911.
Uma cidade pacata, na época 120 mil habitantes, aconteceu a conhecida a tragédia da Rua da Praia, hoje Rua dos Andradas.
Rua da Praia, ínicio da década de 20.
Rua dos Andradas no Século 19, a mais antiga da Capital, então conhecida por Rua da Praia e iluminada por lampiões.
Os protagonistas
Eram 4 cidadãos – Etefan, Pablo, Alexander e Feodor – que visivelmente não eram da cidade, falam espanhol e também um outro idioma complicado – depois se descobriu que era Russo.
Vieram parar em Porto Alegre através de uma leva de imigração da russia, fugindo das perseguições e linchamentos promovidos pelo Czar contra os Judeus entre outros grupos.
O assalto
Às 8h15 da manhã do dia 5 de setembro, eles invadiram uma casa de cambio e renderam o cara que tava atendendo no caixa, o Alcides Brum, no meio da confusão atiraram no cara, que foi levado pro hospital e morreu às 8h15 da manhã do dia 7, exatos dois dias depois.
A fuga
Eles sairam em fuga pela Rua da Praia e foram em direção a Praça Quinze, na frente do Mercado Público renderam um coxeiro e roubaram a carruagem dele. O povo ao inves de fugir, começou a seguir a carruagem, curiosos, eles se aproveitaram disso e, ao invés de entrarem na Marechal Floriano, deram a volta pelo Mercado Público, começaram a atirar pra cima, deram a volta na frente do mercado e entraram na Voluntários da Pátria. Bateram de frente em uma outra carroça, e nisso o cavalo morreu e eles caíram.
Praça XV de Novembro, onde os ladrões roubaram a carruagem.
Rua Voluntários da Pátria esquina com a Praça XV de Novembro, por onde os ladrões fugiram rumo a Zona Norte.
O bonde
Levantaram e pegaram então o bonde que tava passando na hora, renderam o motorneiro e fizeram o bonde dar marcha ré em direção a zona norte, bairro Navegantes, o motorneiro era esperto e fez uma manobra no maquinário que fez o bonde cortar a eletricidade e foi parando aos poucos sozinho.
O leiteiro
Tinha um leiteiro que viu a confusão e, curioso, resolveu seguir eles pra ver onde iam, eles repararam que o leiteiro tava seguindo eles, foram ate o leiteiro, renderam ele e falaram para dirigir em direção a zona norte, queriam ir em direção a cidade vizinha de Gravataí. Em Gravataí abandonaram o leiteiro e se esconderam no meio da mata tocaia da polícia.
Rio Gravataí, (foto de Calegari) em 1909
A polícia tava atrás, mas acabou perdendo eles de vista na mata e passaram a noite toda em tocaia, um dos caras que tocava a corneta se perdeu da polícia de manhã cedo na neblina, não se deu conta e quando virou de costas deu de cara com um russo de dois metros de altura. Ficou morrendo de medo e tocou a corneta todo torto o bandido atirou nele a queima roupa, mas errou, a polícia então chegou e fuzilou os caras, exatamente às 8h15 da manhã do dia 6 de setembro.
Expostos como exemplo
A polícia tirou foto dos fuzilados e desfilou num cortejo pomposo pela cidade, que soltava até fogos de artifício foram expostos na praça da alfandega pra servir de exemplo. Depois, de madrugada, pra evitar tumultos, levaram os corpos para serem enterrados no cemitério da santa casa, com lapides de pedra só com um número identificando as lápides amanheceram, logo depois, com flores e velas, mas ninguém foi visto fazendo isso.
Os Russos: Etefan, Pablo, Alexander e Feodor.
Curiosidades
Foram identificados, já tinham trabalhado numa loja na cidade, achavam que o patrão explorava eles, colocaram fogo na loja. Dizem que forma eles que trouxeram o anarquismo pra Porto Alegre, veio junto com a imigração Russa.
Viram que eles não eram Judeu pela perícia logo que chegaram do fuzilamento, pq viram que não eram circuncidados.
O acontecimento também virou filme na época.
Dica de leitura:
TRAGÉDIA DA RUA DA PRAIA – UMA HISTÓRIA DE SANGUE, JORNAL E CINEMA foi lançado em 2005, pela editora Libretos, de Porto Alegre. Foi escrito por Rafael Guimaraens.
Tragédia da Rua da Praia em quadrinhos
Rafael Guimaraens
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