Como os arquétipos de Jung podem ajudar o nosso…
Como os arquétipos de Jung podem ajudar o nosso autoconhecimento? Como entender a nossa sombra?
Ouça agora Arquétipos – O encontro com a sombra é um disco diferente: são 12 canções baseadas nos sonhos, estudos e memórias de C. G. Jung:
Gente, muito importante trazer aqui esclarecimentos sobre o novo álbum “Arquétipos” da Lítera, baseado nos estudos de Jung, na jornada do herói, nos símbolos e significados das sincronicidades do universo. E, claro, falar também sobre como tudo isso se reflete em nossas vidas.
As investigações de Jung no campo da Psicologia Analítica deixaram grandes contribuições para a nossa busca ao autoconhecimento. Somos o resultado de várias influências. Tomar consciência delas é uma forma de lidar melhor com nossos conflitos internos e dar condições para que as nossas potencialidades se manifestem.
Vamos saber mais sobre o conhecimento deixado por Jung, principalmente no que diz respeito aos arquétipos que se manifestam em nós e nos vinculam ao inconsciente coletivo, e que, sem percebermos, influenciam até os acontecimentos em nossas vidas.
Índice
- A origem da palavra arquétipo
- O arquétipo segundo Carl Gustav Jung
- O Inconsciente coletivo
- Como os arquétipos se manifestam?
- Tipos de arquétipos
- Os principais arquétipos conceituados por Jung
- Os arquétipos e complexos de Jung
- Arquétipos de Jung no mundo atual
- Teste teu arquétipo predominante
- Nossa relação com os arquétipos
1. A origem da palavra arquétipo
A palavra “arquétipo” tem sua raiz na Grécia antiga:
archein = original ou velho
typos = padrão, modelo ou tipo
O significado combinado desta duas palavras = padrão original
Arquétipo é o padrão original que abarca o que existe em comum nas pessoas, objetos ou conceitos, que pode ser copiado, moldado, padronizado ou estimulado para ser seguido e vivido.
2. O arquétipo de Carl Gustav Jung
O conceito de arquétipos surgiu em 1919 com o psicanalista suíço Carl Gustav Jung, discípulo de Freud.
Carl Gustav Jung investigou até concluir que os fenômenos que nossos antepassados viveram, a um nível coletivo e em diferentes épocas, culturas e sociedades, modelam a nossa maneira de ser. Ele conceituou isso como arquétipo.
Jung chegou à conclusão que os arquétipos são conjuntos de imagens primordiais, provenientes de uma sucessão de repetições progressivas de uma mesma experiência durante muitas gerações que ficaram armazenadas no inconsciente coletivo.
O conceito do arquétipo foi utilizado por Jung em sua análise sobre a psique humana.
Segundo ele, os arquétipos são míticos personagens universais que residem no inconsciente coletivo das pessoas.
Os arquétipos representam as motivações humanas que vão traçando nossas experiências e desencadeando emoções profundas e somatizando-se de geração em geração.
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3. O Inconsciente coletivo
Para Jung, inconsciente coletivo é formado por um conjunto de aspectos individuais e coletivos que ficam armazenados em uma parte secreta da nossa mente, que influi em nossa percepção e interpretação dos acontecimentos e em nossas vivências.
Os arquétipos são expressões da influência de experiências e memórias de nossos antepassados, portanto nós não os desenvolvemos isoladamente, fazem parte e interferem em nossa formação. A sociedade, o contexto cultural e histórico, nos influenciam intimamente, gerando em nós padrões de pensamento, modelos sociais e interpretações da realidade.
Na perspectiva individual, o inconsciente é representado por padrões emocionais e comportamentais, sendo esses representados pelos arquétipos, que influem em nossa forma de sentir, perceber, interpretar, pensar, agir e direcionar nossa vida, passando a ser o sentido de nossa existência.
Os arquétipos se originam da expressão do inconsciente coletivo em nós, modelando nossa existência, se tornando um padrão de comportamento, caracterizando nosso modo de vida e jeito de ser.
4. Como os arquétipos de Jung se manifestam?
Os arquétipos definidos por Jung representam padrões de imagens e símbolos que aparecem de forma recorrente de diferentes maneiras em todas as culturas e que passam de geração para geração.
Um arquétipo, portanto, retrata a manifestação do inconsciente coletivo em nós.
As imagens arquetípicas são universais e podem ser percebidas nas expressões culturais de diferentes sociedades, seja na fala, no comportamento ou nos ideais. A cultura interfere no que somos e fazemos, mesmo sem dar-nos conta.
Alguns terapeutas, psicólogos e psicanalistas utilizam os arquétipos junguianos para decifrar conflitos internos entre o inconsciente e o consciente na mente do paciente.
5. Os arquétipos de Jung em nós
Os arquétipos simbolizam as motivações básicas humanas.
Cada tipo de arquétipo tem seus valores, significados e delineia traços de expressão da pessoa.
A maioria, ou até todas as pessoas, possuem vários arquétipos que interferem na construção de sua personalidade.
Geralmente, um determinado arquétipo se pronuncia mais na pessoa.
Perceber qual arquétipo influencia nossa personalidade pode nos ajudar a compreender melhor nosso comportamento, reações e motivações.
6. Os principais arquétipos conceituados por Jung
Os arquétipos se pronunciam a partir de aspectos inatos que têm relação com o inconsciente coletivo e foram se formando ao longo dos milênios, através de experiências recorrentes, a partir de nossos ancestrais e passando/somando-se de geração para geração.
Para conhecer as características dos principais arquétipos descritos por Carl Gustav Jung, segue uma síntese de cada um:
Animus: O Animus é o aspecto masculino que existe na mulher, o yang, a energia masculina, tem relação com a racionalidade e está associado à figura paterna.
Anima: A Anima é o arquétipo do feminino na mente do homem, a energia Yin, tem relação com a sensibilidade e está associada com a figura materna.
Mãe: O arquétipo da mãe se associa a comportamentos e representações associados à maternidade, que vem desde remotos tempos de nossos antepassados.
Pai: O Pai representa a figura da autoridade e serve como modelo de conduta para nós.
Pessoa: O arquétipo da pessoa representa nossa imagem pública, como nos relacionamos com os outros.
Sombra: Aquilo que está oculto e escondido em nós é nossa sombra e vive nas profundezas do inconsciente.
Herói: O herói luta pelo bem comum e por vezes reprime a sombra que é uma ameaça para o social.
Sábio: O arquétipo do Sábio lança luz sobre o caminho do herói, desenvolve nossa percepção.
Trapaceiro: O arquétipo do trapaceiro ou do malandro, desafia o que é pré-estabelecido pela sociedade, ele cria paradoxos para o Herói.
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7. Os arquétipos e complexos de Jung
Nesse vídeo do Canal Didatics são explicados com mais detalhes os seguintes arquétipos definidos por Carl Gustav Jung: a anima, o animus, a grande mãe, o sábio, o herói e o self.
8. Os arquétipos de Jung no mundo atual
Margaret Mark e Carol S. Pearson, autoras do livro “O herói e o Fora da Lei”, investigaram e aprofundaram-se nos arquétipos de Carl G. Jung, estabelecendo as características marcantes de 12 grupos comportamentais, que inclusive profissionais de marketing e gestores de marca têm utilizado no mundo da publicidade, para direcionar produtos para o público adequado, baseando-se em cada arquétipo.
O conceito do arquétipo não se limita só à psicologia, é utilizado também na propaganda, no mundo dos negócios e pelas empresas.
Várias marcas hoje em dia buscam alinhar-se a determinado arquétipo para vincular o produto ao consumidor.
Os 12 arquétipos baseados nos fundamentos de Jung e descritos no livro O Herói e o Fora da Lei são:
O INOCENTE
Palavra de Ordem: Liberdade
Ideal: Viver no paraíso
Meta: Felicidade
Medo: Sofrer por algum erro
Forma de viver: Ser correto
Fragilidade: Ingenuidade
Virtudes: Fé e Positividade
Expressões: Sonhador, ingênuo, místico, casto, romântico e idealista.
O CARA COMUM OU ÓRFÃO
Palavra de Ordem: Igualdade
Ideal: viver em harmonia com os outros
Meta: Se integrar
Medo: Ser excluído ou discriminado
Forma de viver: Viver com simplicidade e em comunhão com os seres
Fragilidade: Se anular em função do outro e da sociedade
Virtudes: Empatia, humildade, desapego e simplicidade.
Expressões: Bondoso, dedicado, trabalhador, ético e humilde
O HERÓI
Palavra de Ordem: Vontade
Ideal: Mostrar seu valor através da coragem
Meta: Contribuir para melhorar o mundo
Medo: Ser um covarde e demonstrar fraqueza e vulnerabilidade
Forma de viver: Ser forte e agir com competência
Fragilidade: Viver sempre em luta
Virtudes: Competência, determinação e coragem
Expressões: Guerreiro, salvador, lutador, defensor, heroico e corajoso
O CUIDADOR
Palavra de ordem: Amor
Ideal: Proteger e cuidar dos outros
Objetivo: Ajudar e ser compassivo com os seres
Medo: Egoísmo, falta de generosidade e ingratidão
Forma de viver: Ajudar e ser útil para os outros
Fragilidade: Ser explorado pelos outros
Virtudes: Compaixão, generosidade e solidariedade
Expressões: Generoso, empático, altruísta, protetor, incentivador e assistencial.
O EXPLORADOR
Palavra de Ordem: Superação
Ideal: Se descobrir através da aventura de conhecer mundo
Meta: Um mundo melhor e uma vida mais gratificante
Medo: Se sentir preso, limitado, conformado e entediado.
Forma de viver: Experimentar o novo, sair do tédio e conhecer novas pessoas e novos lugares.
Fragilidade: Andar sem destino, sem eira nem beira e se tornar um desajustado
Virtudes: Livre, aventureiro e fiel à sua alma
Expressões: Caminhante, andarilho, individualista, peregrino e nômade
O REBELDE
Palavra de ordem: Revolução
Ideal: Sair do padronizado e inovar
Meta: Romper o sistema
Medo: Impotência
Forma de viver: Questionar e não seguir o que está ultrapassado ou é limitante
Fragilidade: Se tornar uma marginal ou terrorista
Virtudes: Ousadia, vanguardismo e originalidade
Expressões: Revolucionário, selvagem, desajustado e questionador.
O AMANTE
Palavra de ordem: Valorização
Ideal: Viver com profundidade um relacionamento íntimo
Meta: Se relacionar com pessoas que ame de fato, sejam amigos, colegas de trabalho, par romântico.
Medo: Ficar no anonimato, indesejado e mal amado
Forma de viver: Gosta de ser atraente e fazer a diferença
Fragilidade: Na ânsia de ser amado e valorizado corre o risco de perder sua individualidade
Virtudes: Amoroso, grato, atraente, compromissado e parceiro
Expressões: Amigo íntimo, entusiasta, sensual e cativante.
O CRIADOR
Palavra de Ordem: Criatividade
Ideal: Realizar o que tem verdadeiro valor
Metas: Concretizar e realizar o que pode trazer benefícios para a humanidade
Medo: Mediocridade, falta de visão e ação
Forma de viver: Expressar a criatividade, imaginação e o senso artístico
Fragilidade: Fracassar em sua realizações e perfeccionismo
Virtudes: Criatividade, ser visionário,culto inspirado e imaginativo
Expressões: Artista, inventor, inovador, idealizador, sensível, promotor da arte e cultura
O TOLO
Palavra de ordem: Viva
Ideal: Viver intensamente
Meta: Vivenciar um grande momento
Medo: Se sentir aborrecido e chateado por causa de uma vida sem graça
Forma de viver: Brincar, se divertir, jogar, fazer piadas, ser engraçado e não levar tudo a sério
Fragilidade: Frivolidade, futilidade, superficialidade e irresponsabilidade
Virtudes: Alegria e bom humor
Expressões: Bobo da corte, malandro, palhaço, brincalhão, comediante e humorista
O SÁBIO
Palavra de ordem: Verdade
Ideal: Busca do conhecimento e da verdade
Meta: Usar a inteligência e a razão para compreender a vida
Medo: O engano, a desilusão e a ignorância
Forma de viver: Buscar, estudar, investigar e analisar tudo que traz conhecimento, reflexão e compreensão dos processos da vida.
Fragilidade: Teorizar e não agir, buscar a compreensão da vida e deixar de viver
Virtudes: Sábio, inteligente, racional, estudioso, reflexivo e consciente
Expressões: Erudito, investigador, conselheiro, pensador, filósofo, pesquisador, planejador, mentor, educador e contemplativo
O MÁGICO
Palavra de ordem: Realização
Ideal: Compreender as leis universais
Meta: Tornar realidade os sonhos
Medo: Atrair negatividade
Forma de viver: Viver seus sonhos e ideais
Fragilidade: Para conseguir o que quer se tornar manipulador
Virtude: Realizador e inventivo
Expressões: Inventor, líder, místico, esotérico, curandeiro e mago
O GOVERNANTE
Palavra de ordem: Poder
ideal: Controlar e ser poderoso
Meta: Ter uma família e viver em uma comunidade de forma próspera
Forma de viver: Busca ter e exercer o poder
Medo: Perder o controle da situação e não ter poder
Fragilidade: Se tornar autoritário e centralizador
Virtudes: Autoridade, responsabilidade e liderança
Expressões: Chefe, líder, ditador, aristocrata, rei, rainha, político, gerente, comandante, empresário e administrador
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9. Teste teu arquétipo predominante
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10. Nossa relação com os arquétipos
Os arquétipos são figuras que se instalaram em nosso imaginário desde a infância.
Independente do país, cultura, religião e costumes, essas imagens são muito parecidas para todos nós.
Os arquétipos estão presentes nos mitos, fábulas, lendas, contos de fadas, histórias que foram criadas para externalizar o inconsciente coletivo.
São eles que fazem parte dos marcos e grandes acontecimento da história humana e vivem a se repetir, sendo bons ou ruins, mudam os cenários e a roupagem, mas os personagens (arquétipos) são os mesmos.
Na atualidade, os arquétipos são representados e vistos nos filmes, na publicidade, nas séries, nas novelas, nos reality-show, na internet e constantemente em nosso cotidiano.
Os arquétipos são mecanismos que utilizamos para satisfazer nossas necessidades, tais como: realização, pertencimento, independência, segurança e estabilidade, entre outras.
Para vender seus produtos, por exemplo, a publicidade pode fazer uma propaganda com pessoas alegres e realizadas usando um produto de determinada marca, o que irá provocar uma identificação do arquétipo que existe no inconsciente do consumidor e que busca aquilo que é mostrado ali, levando-o a associar o produto com o que ele deseja para si: alegria e realização.
O importante é refletirmos sobre a forma que os arquétipos atuam em nós e como se formaram, como os alimentamos e somos influenciados por eles.
Dentro de cada um de nós moram muitos arquétipos. Observem, para se conhecerem melhor.
Lançando o álbum Arquétipos – O encontro com a sombra
São 12 canções baseadas nos sonhos, estudos e memórias de C. G. Jung, codificador da psicologia analítica. As composições falam sobre arquétipos, signos, símbolos e o encontro com as nossas sombras. Traçam a jornada do anti-herói no cotidiano, o inconsciente coletivo e a busca de si mesmo. Isso não é um conceito. É um enigma.
Ouça agora Arquétipos – O encontro com a sombra é um disco diferente: são 12 canções baseadas nos sonhos, estudos e memórias de C. G. Jung:
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