Entrevista: Lítera fala sobre turnê em Portugal, novo disco…
Entrevista para o Pacóvios “(…) essa forma bem panfletária, bem de bairro metalúrgico, de filho de proletário, que é o que nós somos. Esse tipo de publicidade é muito punk, é muito ‘’faça você mesmo’’. A gente quer homenagear o Sarandi.”
Lítera retorna a São Paulo para último show da tour “Caso Real”, depois da turnê em Portugal.
Eu já falei da Lítera tantas e tantas vezes aqui no Pacóvios, acho até que chegou o momento de dizer que eles dispensam apresentação e que são de casa, né? Mas, vamos lá, caso você ainda não conheça o trio mais luv de Porto Alegre, a Lítera é uma banda que teve a sacada de criar um disco com conceito histórico, criando a trilha sonora baseada na história de amor vivída entre Dom Pedro I, imperador do Brasil, e Domitila de Castro Canto e Mello, Marquesa de Santos.
Eles ficaram conhecidos também por uma intervenção urbana: acompanhados de amigos, fãs e sua equipe de produção espalharam por diversas cidades adesivos com o questionamento “Você já viveu um amor impossível?”.
Agora a banda retorna à cidade de São Paulo para encerrar a tour do disco “Caso Real”, a apresentação acontece no mágico Teatro da Rotina e contará com algumas surpresinhas.
Conversamos com a banda sobre uma viagem que eles fizeram pela Europa, novo disco, show em São Paulo e essa nova linguagem visual, que você já deve ter reparado.
Pacóvios – Vocês voltaram agora de uma tour pela Europa! Contem um pouco sobre como foi a viagem…
Lítera: Foi incrível! A forma como a gente foi recebido pelos portugueses foi maravilhosa. A gente tocou na Casa da Música, no Porto, que é um dos 10 principais locais de música do mundo. A gente nunca tinha pisado em um templo assim, ainda mais pra fazer um show! Pra fechar o festival de verão deles! Pra nós é um símbolo muito grande, nós também estamos fechando um disco agora, foi um presente do universo. A gente ficou muito feliz, deu tudo certo, foi lindo, foi muito melhor do que a gente esperava. É uma coisa meio maluca por que a gente tem medo fe acordar e isso não ter acontecido, sabe? Porque realmente foi um sonho muito maluco tudo o que aconteceu A gente fez outros shows, mas esse na Casa da Música foi o que nos levou a ir para Portugal e foi realmente inesquecível. A gente conseguiu marcar os lugares onde a gente passou e abrimos portas pra voltar. Foi muito legal, os portugueses consomem muito a música brasileira, é impressionante como eles conhecem a música e a cultura brasileira.
Pacóvios – Deu pra colar muito adesivo por lá também?
Lítera: Colamos em torno de 4mil adesivos! Enquanto a gente colava, as pessoas já iam tirando fotos e postando, então já tem bastante postagem lá de Portugal se procurar pela #CasoReal. Em poucos dias a gente já ia sendo reconhecido nas ruas por causa dos adesivos. Teve um dia que a gente tocou na rua, então as pessoas já começavam a associar a banda aos adesivos, tiravam fotos, faziam live… Foi muito legal, o feedback foi muito rápido. Colamos adesivo por Portugal toda, de Lisboa a Porto. E colamos também em Paris. Tem muitos brasileiros nessas cidades, então tem postagens dizendo coisas do tipo ‘’esse adesivo eu vi lá na Paulista e agora tô vendo aqui em Paris’’, ‘’Você sai do Brasil, mas o Brasil não sai de você’’, isso é muito legal.
Pacóvios – E a receptividade do público, foi tão calorosa quanto os shows em SP (eu sei que os fãs daqui são os mais incríveis, tá? rsrs)?
Lítera: É diferente! Eles foram muitos calorosos, principalmente em Lisboa. No último show que fizemos, no BUS Paragem cultural, tinha brasileiros do norte do país que já conheciam a banda e nunca tinham visto um show – nunca tocamos no norte. Então eles foram ver a gente tocar pela primeira vez lá em Portugal. Os brasileiros repercutiram a notícia do show entre si lá em Portugal, então tinha muitos brasileiros, inclusive de São Paulo, foi muito legal. O português tem um jeito mais introvertido, mas se tu tá em um lugar cultural de lá eles tem uma receptividade mais calorosa, talvez até pra imitar o brasileiro porque eles gostam muito do Brasil, eles amam os brasileiros. É muito interessante a forma como eles enxergam isso, a forma como nos trataram… muito massa.
Mas São Paulo mexe muito com a gente. Inclusive, esses dias encontramos aqui em Porto Alegre uma pessoa que achou que nós fossemos de SP, tal é o carinho que a gente recebe daí. A gente lançou o disco Caso Real primeiro em Porto Alegre, em 2015, mas teve o lançamento em SP na frente do Solar da Marquesa. Tocamos no Cemitério da Consolação também, onde tá o túmulo da Domitila. O carinho é tão grande que a gente decidiu encerrar a turnê em SP!
Pacóvios – Agora que vocês voltaram ao Brasil, começam as gravações do próximo disco, né?
Lítera: Sim, a gente começa a pré-produção do disco em dezembro mesmo. Janeiro começamos a gravação e a nossa ideia é lançar o disco em maio. As músicas já estão prontas, falta colocar arranjos, definir como vai ser uma levada ou outra, mas as letras estão todas compostas já, com voz e violão.
Pacóvios – E na agenda tem um último show da turnê “Caso Real”, marcado pra acontecer no Teatro da Rotina, um dos meus lugares prediletos nessa cidade, o que estão preparando?
Lítera: Esse show vai ser muito especial, mesmo! Não só pelo fato de ele ser o último show da turnê, mas também porque a gente quer passar algumas coisas pro público que compartilhou isso com a gente até agora. O Caso Real foi um disco romântico, um disco sobre o amor, que veio pra deixar mais dúvidas do que respostas, pra abrir janelas e não fechar. Então a gente tá preparando algumas surpresas sobre o amor que nos acompanha na vida, coisas que acontecem no show e ficam no show, segredos que a gente divide com o público.
Pacóvios – Percebi que a identidade visual para essa divulgação do último show está bem diferente do que vocês estão habituados a trabalhar, diria que tá numa pegada mais “word art”. Como surgiu essa ideia?
Lítera: A gente mudou a identidade visual pra fazer uma desconstrução dela pra esse último show, porque já é uma preparação para o próximo – que não vai ser isso, não é isso, mas é uma preparação. A gente quer homenagear o Sarandi, que é o bairro de onde a gente veio, onde se usa essa forma bem panfletária, bem de bairro metalúrgico, de filho de proletário, que é o que nós somos. Eu sou filho de caminhoneiro com uma metalúrgica. Esse tipo de publicidade é muito punk, é muito ‘’faça você mesmo’’. A pessoa tem um computador e ela não tá nem aí pra direitos autorais, tipografia, psicodinâmica das cores… Ela não quer nem saber, vai fazer do jeito dela. Vai colocar as informações, os títulos, qualidades e atributos pra ela mesma. Vai usar o Bob Esponja, vai deformar o logo de alguma coisa… é muito punk! E tu vai enxergar esse mesmo público proletariado, com essa mesma linguagem, em Londres, NY, Porto Alegre, SP… saca? É uma coisa muito punk. E eu acho isso genial, porque é muito genuíno. E a gente, Lítera, cresceu vendo isso nos bairros que a gente nasceu, então a gente quer fazer essa homenagem, porque o próximo disco vai trazer muita coisa da nossa origem, coisas que a gente quer mostrar de lá. Nesse ínterim entre o disco Caso Real e o próximo, a gente quer fazer essa homenagem.
Pacóvios – Adorei o post com as frases “Engenheiros já era! Agora é a vez da Lítera” / “A melhor banda do ano”. Mergulharam na brincadeira, né?
Lítera: Sim! É uma brincadeira, com certeza. A gente ama Engenheiros do Hawaii, é minha banda de cabeceira, ouvi eles a minha vida inteira, sou muito inspirado pelas músicas do Engenheiros. E só por isso que a gente ousou fazer essa brincadeira, porque a gente ama muito! Quem conhece a gente sabe que somos muito fãs. Essa sacanagem foi uma ironia mesmo, porque em vários flyers tem esse lance de se auto intitular o melhor do mundo… esses dias eu vi um flyer que dizia ‘’melhor xis do mundo, melhor até que o Burger King’’ e o logo do Burger King no seu próprio flyer! Isso é muito incrível, genuíno… é até inocente, é muito visceral, verdadeiro. Então a gente fez essa brincadeira com o Engenheiros para as pessoas também sacarem e alcançarem a essência do que a gente tá fazendo com esses novos flyers.
Pacóvios – Pra finalizar o post, como de costume. Fica aqui um espaço para que vocês deixem mensagens aos nossos leitores!
Lítera: A gente quer agradecer mais uma vez o espaço aqui no Pacóvios, a gente fica muito feliz de ter espaços assim. Agradecer também a todo leitor que leu a entrevista até o final, a gente sabe que a leitura é uma coisa difícil num mundo que tá tão dinâmico, então a pessoa que leu e foi ouvir a gente, nos deu essa oportunidade, poxa… quero mesmo agradecer do fundo do meu coração. A cada um que leu e foi ver se estamos sendo coerentes no nosso trabalho artístico. E dizer também a cada um que está aqui que compareça ao Teatro da Rotina pra conhecer a gente e quem já conhece que vá lá comemorar junto esse fim de ciclo, que vai ser muito especial pra nós. Vamos fazer o máximo pra que cada um saia de lá melhor do que chegou. E até daqui a pouco, São Paulo!
Serviço: Lítera em São Paulo | Teatro da Rotina
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// 02 de dezembro, sábado
// pontualmente às 21h
// R$ 20 antecipado | R$ 40 na hora
Nossas músicas estão em todas as plataformas pra ouvir grátis.
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