O Primeiro Cemitério de Porto Alegre
Até a metade do século XIX, os mortos de Porto Alegre eram enterrados próximo à Praça da Matriz, nos fundos da antiga igreja, que tinha ao lado a capela do Divino Espírito Santo (local onde hoje está a Catedral Metropolitana).
A Igreja Matriz em direção da Ru Formosa.
O centro político e administrativo do estado.
No dia 24 de abril de 1763, aproximadamente um ano após a tomada da Colônia de Sacramento, o exército espanhol invadiu o Rio Grande do Sul tomando sua capital, Rio Grande.
A permanência dos espanhóis em território português fez com que o governador Ignácio Eloy de Madureira efetuasse a transferência da sede do governo para a cidade de Viamão. Anos após, a pequena vila de Porto de São Francisco dos Casais, entreposto obrigatório para quem pretendesse ir para o Norte do Continente de São Pedro e fixada no topo de uma colina, de onde era possível controlar todo o fluxo de embarcações pelo Guaíba, foi considerada mais apropriada para sediar Em 18 de janeiro de 1773, a localidade foi elevada à categoria de paróquia e recebendo o nome de Porto Alegre, o padroeiro São Francisco foi substituído pela Nossa Senhora de Madre de Deus. A transferência definitiva deu-se em 24 de julho de 1773.
A esquerda a Igreja da Matriz e o Palácio do Governador.
Alto da Praia.
Uma missa festiva foi celebrada nas obras da Igreja da Matriz, cuja construção iniciara um ano antes, no mesmo local onde, em 1753, o carmelita Frei Faustino de Santo Alberto, vigário de Viamão, instalara um cemitério, sendo concluída em 1794.
Na década de 1770, a Praça da Matriz era conhecida como Alto da Praia. Poucas eram as edificações no seu entorno. Ao longo da Rua Duque de Caxias, então chamada Rua da Igreja havia plantações de trigo. Em 1789 é edificado o antigo Palácio da Presidência (Palácio de Barro) que possuía um mastro que com o pendão do Reino de Portugal.
Em 1790 terminam as obras da Casa da Provedoria da Real Fazenda, ao lado do Palácio, que mais tarde passou a abrigar a Assembléia Legislativa e a Capela do Divino que foi construída e demolida mais de uma vez.
Na foto ao fundo do lado esquerdo a Capeta do Espírito Santo e a Igreja Matriz.
Província.
Com a Independência do Brasil as bandeiras do País e da Província passaram a dominar os mastros da área. Em 1818 foi concluído o aristocrático Casarão dos Câmara, morada do primeiro Presidente da Província, o Visconde de São Leopoldo, também patrono da imigração alemã, cujas primeiras levas de colonizadores chegaram em 1824.
Embora a Praça da Matriz reunisse as construções mais nobres da acanhada cidade à beira do rio, o logradouro não passava de um terreno com declive acentuado, sulcado pela erosão, sem arborização, iluminação ou calçamento. Junto às fachadas dos prédios públicos havia alguns candeeiros alimentados com óleo de peixe ou de baleia.
Praça da Matriz, no século 18.
A primeira calçada para pedestres surgiu em 1846. Partia da Rua do Ouvidor (General Câmara) e subia perpendicularmente em direção ao Palácio, no topo. Dois anos mais tarde, o lado leste ganhou igual passarela de pedra, conectando a antiga Rua do Cemitério (Espírito Santo) até a Rua da Ponte (Riachuelo).
Rua do Cemitério (Espírito Santo).
FONTE: FRANCO, Sérgio da Costa Franco, em http://www2.portoalegre.rs.gov.br/vivaocentro/default.php?reg=10&p_secao=118
{atualização}
Planta da Localização do Cemitério da Matriz
UM TERRENO CHEIO DE ASPEREZAS
O Cemitério da Matriz de Porto Alegre no cotidiano da cidade (1772-1888) | Pedro von Mengden Meirelles.
A dinâmica cotidiana desenvolvida no Cemitério da Matriz de Porto Alegre, entre os anos de 1772 e 1850.
Os cemitérios da atualidade, embora possam manter em alguns casos um caráter religioso, pertencem em geral à esfera do secular, sendo mais geridos por lógicas de higiene do que por questões de fé. Em Porto Alegre, a Lei Complementar de 1996 define que o serviço funerário municipal será gerenciado por uma comissão formada por membros das secretarias de Saúde, Indústria e Comércio, Meio Ambiente, e por representantes médicos, entre outros. Já o Decreto de 2007, que regulamenta os cemitérios municipais na cidade, institui, diretamente no primeiro artigo, que todos os ritos serão aceitos nas necrópoles, desde que “não ofendam os bons costumes e as leis”. Esse cemitério municipal, laico, limpo e estéril, gerenciado pela saúde e aberto a todos, é criação recente.
O fechamento e o desaparecimento do primeiro cemitério da cidade de Porto Alegre. Cemitério este que nasceu com a vila, recebeu em suas terras ricos e pobres, livres e escravos, nobres, militares, padres, açougueiros, barbeiros, mortos pela doença, pela guerra ou pela velhice. Um lugar que representava uma comunicação direta com os Céus, pois ser sepultado junto à igreja significava estar em companhia das santas partículas, da
água benta, dos santos, que estavam todos em comunhão com o divino.
Um lugar, também, que unia a comunidade, pois ao longo de seus 78 anos, praticamente todos os habitantes (católicos) da vila, ali foram sepultados. Pois assim era a igreja no Brasil antigo, presente em cada momento da vida do cidadão – nascimento, batismo, casamento e morte –, que em seu seio reunia toda a sociedade.
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