Escrevi a música durante meu processo de autoconhecimento |…
Buenas! Aqui é o André Neto, escrevi a música “Depois de Crescer” pra falar sobre o começo do meu eterno processo de autoconhecimento. Ela foi escolhida para ser a primeira faixa do disco Arquétipos, ainda em fase de gravação, mas que já pode ser ouvido nos vídeos ao vivo das pré-produções que estamos fazendo e que termina em maio desse ano. Tem até um vídeo que eu fiz explicando a letra e um outro do astrólogo Paulo Alonso que fez o mapa astral.
Ouça agora Arquétipos – O encontro com a sombra é um disco diferente: são 12 canções baseadas nos sonhos, estudos e memórias de C. G. Jung:
NOVO ÁLBUM DA LÍTERA
E essa música fala sobre a cura da criança interior. Passei a vida inteira ouvindo que depois que eu virasse um homem feito, eu entenderia tudo.
Em todo adulto espreita uma criança – uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo e que solicita cuidado, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa.
(Jung, O Desenvolvimento da Personalidade, p. 175)
Depois de Crescer
A memória é o primeiro passo
pra se conhecer
Devaneio sobre o inconsciente. Quando a gente pensa no passado, logo fazemos relação com coisas que já foram e não voltam mais. Mas as ações do passado fazem o que somos no presente. A tentativa de não ver o “futuro repetir o passado”, como diria o Cazuza, é se entender no presente usando a memória como ferramenta.
Santa Ceia e emagrecer
se é certo? vai saber
Arquétipo do almoço de domingo com a família, onde as indiferenças e cobranças estão à mesa.
a gente passa os dias
reality show de TV – romântico “vencer”
Sobre o reality show culinário “Batalha dos cozinheiros”, apresentado pelo Buddy Valastro, que eu venci junto com o meu amigo Adelino Bilhalva, em 2016. Logo depois do programa, depois de uma exposição gigantesca nacional, entrei em depressão profunda. Comecei a me questionar: cheguei em algum lugar, mas e daí? O que é esse lugar a que eu cheguei? O que eu quero realmente ser? Quem eu sou? Enfim. Foram longos dois anos profundos de busca do mais profundo, mais escuro lugar dentro de mim que precisava de luz e ao dar luz, vi coisas que eu neguei e que nem sabia que existiam, mas que estavam lá esperando por mim mesmo.
dá o primeiro passo
pisa no vazio, que o chão
cresce por inteiro
Sobre ter fé. Ou mais do que isso. Segundo a lei hermética “O Todo é Mente; o Universo é mental.” Tem uma cena no filme com Harrison Ford, Indiana Jones e a Última Cruzada, que nunca saiu da minha cabeça desde a primeira vez que eu vi. Nessa cena, ele estende seu pé sobre o precipício de um desfiladeiro aparentemente sem fundo. Ali havia uma ponte invisível para atravessar. Era o símbolo de enfrentar seu próprio medo.
E eu, eu que me senti seguro
eu que me derrotei
e me pus no meu caminho
como só eu sei fazer
Falarei sobre esse refrão mais adiante, onde ele reaparece na canção. Siga a leitura com essa reflexão do cancioneiro popular brasileiro, Marcelo Yuka, no subconsciente: “paz sem voz / não é paz, é medo”.
triste homem feito, homem feito
Deus, enquanto experiência universal, teve essa função distorcida pelo lado egoico da razão e pela face rasa da teologia. Traço aqui um paralelo disso com a imagem de um homem feito, que foi construída a partir das frustrações do nosso tempo, do machismo e do vazio religioso corrompido. Estou falando de mim, por isso uso a figura de um menino que passa a vida fazendo coisas pra ser um “homem feito”, como sempre foi cobrado e sugerido pelos ancestrais (pais, tios, avôs, bisavôs…). Porém, quando a gente chega na fase adulta, descobre que não existe um lugar pra chegar. Daí surge o sofrimento, a frustração. Por decepção e vingança com o mundo, a gente começa a fazer coisas sem propósito e isso é a degeneração total do ser. Vamos até não termos mais forças, até chegarmos ao famoso fundo do poço e ali, sim, recomeçar.
LÍTERA – 09. Depois de Crescer [AUDIO OFICIAL]
Homem feito era, na antiguidade, uma denominação para o ser humano moral, justo e preparado para os conflitos internos e externos da vida adulta. Assim como muitos termos, esse foi mais um que perdeu seu sentido e apenas seguiu sendo repassado de geração em geração sem nenhum questionamento.
Ares, Deimos, Phobos
Fobos (medo), na mitologia grega é filho de Ares (Deus da Guerra) e Afrodite. Irmão gêmeo de Deimos (pânico, terror), simboliza o temor e acompanha Ares nos campos de batalha, injetando nos corações dos inimigos a covardia e o medo que os fazia fugir. Nessa parte, esse coral na canção faz alusão ao chamado da jornada do indivíduo, às batalhas interiores que todos enfrentamos durante a vida. Na mitologia grega clássica, Fobos é mais uma personificação do medo trazido pela guerra e não aparece como um personagem em nenhum mito. Timor ou Timorus é seu equivalente romano na mitologia romana, ele também foi referido como Pavor.
Marte, é o planeta da guerra, que é o regente do signo de Áries, tem dois satélites naturais. Deimos (12x16km), é o menor e mais afastado, está a uma distância de 23.460 km de Marte e Phobos (20x28km), de 9.377 km.
As lutas que travei
afrontas que disse e fiz
e que nem sei por que eu fiz
fiz e me arrependoE eu, eu que me senti seguro
eu que me derrotei
e me pus no meu caminho
como só eu sei fazertriste homem feito, homem feito
Nem tanto as batalhas externas, mas as lutas que o indivíduo trava consigo mesmo e que se coloca em situações cada vez mais difíceis. O livro “A arte da Guerra”, do autor Sun Tzu, é um profundo tratado e conhecimento da natureza humana, as pequenas e grandes lutas de vida. Na prática, ele diz que se você não conhece o inimigo, vai sucumbir a todas as batalhas. Como o inimigo é você mesmo, é preciso se conhecer.
É isso, ou mais ou menos isso que eu tento dizer nessa música. No momento em que eu escrevo isso, ainda estamos na fase de pré-produção do disco. A minha ideia é, na gravação final, colocar elementos sonoros para que, mesmo quem não leu a explicação da letra, possa criar imagens e sensações dessa batalha épica da sua jornada do herói, sem culpa e sem medo. Apenas ser o que se é.
Com carinho,
André Neto
Lançando o álbum Arquétipos – O encontro com a sombra
São álbum arquétipos nos sonhos, estudos e memórias de C. G. Jung, codificador da psicologia analítica. As composições falam sobre arquétipos, signos, símbolos e o encontro com as nossas sombras. Traçam a jornada do anti-herói no cotidiano, o inconsciente coletivo e a busca de si mesmo. Isso não é um conceito. É um enigma.
Assista o vídeo ao vivo de Depois de Crescer
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