DEPRESSÃO DE FIM DE ANO
DEPRESSÃO DE FIM DE ANO. Como fugir do Feliz Natal, do Feliz Ano Novo? E pq a taxa de suicídio é mais alta? Nessa época, somos invadidos por um sentimento de: se não temos a mesma alegria das outras pessoas, só pode ser um sinal de que há algo muito errado com a gente.
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A vida que você deveria ter e não está tendo, e que no fundo do seu coração você sabe que sua vida é uma farsa, uma ferida que dói, e a gente para pra se perguntar: o que temos para comemorar? Quem são seus amigos? Seu trabalho é o que você gostaria de estar fazendo?
Espírito natalino
Muitas pessoas não entram no “espírito natalino”, não sentem a mesma alegria que percebem nos outros. Não há receita que possa ser aplicada, mas talvez uma saída seja planejar desde o início do ano para que não fique nada para trás, trabalhar o Autoconhecimento. E todo resultado negativo pode aparecer no seu “balanço do ano” – namoros que não engrenaram, amigos que partiram, conversas que não tiveram, reações que não aconteceram por falta de coragem etc.
“Todo mundo festejando menos eu…O que eu tenho pra festejar?”
Arquétipos – O encontro com a sombra é um disco diferente: são 12 canções baseadas nos sonhos, estudos e memórias de C. G. Jung, fundador da psicologia analítica.
Este sentimento de falta de entrosamento com o que seria esperado é mais ou menos o mesmo sentimento que aparece em algumas pessoas na sexta-feira à noite: “Vou pra casa sozinho enquanto tem tanta gente se divertindo por aí!”.
Complexo de período perfeito
O mesmo pode acontecer na época do Natal. Parece que existe um “complexo de período perfeito” onde se é obrigado a ser feliz. Mas qualquer obrigação pode oprimir.
É por isso que o período de Natal, Ano Novo e de festas em geral pode ser também um período no qual as pessoas esperam ansiosamente e ao mesmo tempo temem, sentem uma forte depressão. Alguns passam por um verdadeiro terror fazendo contagem regressiva esperando a hora disso tudo acabar e poder voltar à rotina normal. E tudo devido à ansiedade e ao medo do que vai acontecer, ou do que não vai acontecer, pois este é o ponto principal: a frustração de não acontecer nada, não receber amigos, não receber presentes, não se perceber importante para ninguém.
Esta depressão de fim de ano pode ser canalizada de forma positiva e utilizada para que se reveja o que esta pessoa está fazendo de sua vida. Será que ela não passou o ano todo desperdiçando oportunidades para criar laços de amizade que valerão a pena na comemoração do Natal? Não será este o grande momento para aprender a lidar de forma diferente com a própria vida?
Muita gente começa a ver a decoração de Natal nas lojas e já entra no clima, só que ao mesmo tempo vê que o ano está acabando e não conseguiu resolver sua vida, seus projetos, pagar as contas. Quais são os sentimentos que afloram nessas pessoas por causa da data?
Como se livrar da depressão de fim de ano
É paradoxal. A verdade é que a depressão não tem necessariamente que ter início nesta época e falamos de sentimentos de desânimo que já se arrastam há algum tempo e que são exacerbados com a chegada do Natal. Como se o que era pouco visível se tornasse cada vez mais evidente.
O que acontece e que pensamentos dominam a nossa mente quando estamos deprimidos:
- EU: Pensamentos negativos sobre nós mesmos, como se tudo estivesse errado com a gente;
- FUTURO: Olhamos o futuro sem grandes expectativas ou esperança; antecipamos que tudo vai correr mal;
- MUNDO: tudo o que está em volta é desanimador; nada parece positivo e temos uma constante sensação de fracasso e vazio;
No fundo, quando estamos deprimidos existe quase uma tríade de coisas negativas: Eu, os outros e o futuro. À medida que a depressão vai se instalando, tudo à nossa volta ganha tonalidades de cinza cada vez mais escuro – e por vezes preto. Por um lado, criamos uma percepção muito mais negativa de nós mesmos e é muito mais provável que encontremos defeitos dando lugar a sentimentos de inferioridade em relação aos outros. Por outro lado, o próprio mundo à nossa volta parece negativo, sentimo-nos sem grande poder para alterar as coisas e esperamos que o futuro também seja negativo, onde tudo o que é mau virá conosco.
Quando as festas chegam…
Quando entramos no período de festas, tudo à nossa volta parece descontextualizado em relação a este modo de pensar e sentir as coisas. Os sentimentos de festa, alegria, a proximidade aos outros e expetativa pelo novo ano exercem demasiada pressão e é muito fácil colapsarmos na instável realidade em que nos encontramos. Facilmente vamos comparar o nosso estado com os outros e nos vemos desanimados, sem energia, diferentes e sem valor, como se não pertencêssemos àquilo tudo. Em relação ao mundo à nossa volta, a falta de energia parece não nos permitir fazer as coisas como gostaríamos e há maior sensação de fracasso e de acontecimentos negativos. E finalmente, quando pensamos no futuro, não sentimos nada de novo; como se tudo fosse continuar como está neste momento e não fizesse sentido chamar de novo ano ao que se avizinha.
Somos nós diferentes do “mundo”?
Somos nós diferentes quando quase tudo à nossa volta sugere que devemos estar uns com os outros? Que devemos entrar no espírito? Que devemos sentir proximidade dos outros? Que devemos estar felizes? E todos esperam isso de nós, inclusive nós mesmos, quando tudo isto é o que não sentimos neste momento.
É como se não nos encaixássemos nesta imagem, tudo está pintalgado com vermelhos, verdes e dourados e nós sentimos em tons de cinza…
O que acontece em seguida
Tentamos não mostrar o que sentimos e vamos para onde é esperado estar, tentando fingir que está tudo bem. O resultado é que o nosso sofrimento aumenta e a sensação de incompreensão pelos outros também.
Tentamos estar com os outros, mas acabamos irritados por discutir mais vezes que o habitual ou abatidos, sem vontade de falar com quem quer que seja e desejar que tudo termine para regressar a casa.
Mais uma vez o sofrimento aumenta
Evitamos estar com os outros, fechamo-nos em casa no conforto da nossa solidão e tentamos ignorar que lá fora é Natal. O sofrimento não diminui, mas pode aumentar a sensação de que estamos errados e longe dos outros.
A questão é que por mais que tentemos, vai existir sempre um 25 de Dezembro que nos foi ensinado que era dia de Natal e uma meia-noite de dia 31 em que é suposto estarmos numa feliz antecipação do ano que aí vem. E a nossa cabeça espera sempre que esses dias sejam diferentes dos outros, porém, por mais que queiramos, não conseguimos afastar a nossa tríade de pensamentos negativos e a esta altura tudo soma para o aumento da nossa depressão.
Para lidar com esta depressão é essencial perceber o seu início, compreender o que a causou e trabalhar uma forma de resolver o que ficou estagnado.
Lembre-se que nunca é tarde para procurar ajuda! Ligue 188
O Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.
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