TOPSYTURVY | Lítera indica
Toda semana indicamos um artista independente. Hoje é Topsyturvy.
Trio mogicruzense formado em 2009. Com um rock abrasileirado e frenético, possui influências de muito do que já foi dito no rock porém com uma roupagem nova, inusitada e recheada de misturas rítmicas brasileiras. Na bagagem 3 cds e mais de 140 apresentações.
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Topsyturvy: liberdade musical além dos formatos
Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, teve uma das mais prolíficas e instáveis cenas no underground da segunda metade dos anos 2000. Bandas implodiam com a mesma força e espontaneidade com que surgiam – e mais tarde lá estavam os integrantes montando outras duas ou três bandas novas tão boas quanto ou melhores que a anterior, e voltavam a implodir.
Esse movimento de finitude e renascimento, desconstrução e construção, pode ser ouvido em cada compasso torto do Topsyturvy, um trio que incorpora todos os espíritos inquietos que vagam por sua cidade natal numa mistura que eles mesmos chamam de “rock abrasileirado e frenético”. Desde 2008, a banda formada por Alexandre Lima (guitarra e vocal), Gustavo “Gummer” Rodrigues (bateria) e Athos Araújo (baixo) é um caso raro de músicos que descarregam milhares de notas por minuto e, mesmo assim, negam a virtuose pela virtuose.
A cada show, enquanto os riffs e as quebras de ritmo se sucedem capturando os ouvidos incautos, surge uma ponte sonora que liga o Alice In Chains ao Frank Zappa circa “Zoot Allures”, construída com vigas de Queens Of The Stone Age, blocos de System Of A Down e pavimento fusion, dando vazão à paranóia urbana que infesta a persona por trás dos vocais. E olha que a fome de palco é o destaque do trio: até 2014, o Topsyturvy fez quase 200 apresentações em dezenas de cidades dentro e fora do Estado de São Paulo.
Mas a música livre e desgovernadamente sempre é mais importante do que qualquer referência – até mesmo do que o próprio conceito de “obra”, uma sutileza que se reflete nos nomes das músicas, que parecem ser batizadas com as primeiras palavras que vêm à cabeça dos integrantes: “Feliz”, “Tambor”, “Cretina”, “Sanfona” e “DeNada”, só para citar alguns exemplos.
O primeiro EP, entitulado “-1”, veio em 2009 e trazia três músicas que no ano seguinte apareceriam também no primeiro disco da banda, “Topsyturvy”, tudo isso na época em que a banda ainda era um quarteto. Com a nova formação em trio, veio o EP “Noises” em 2012 com cinco músicas – ou algo assim, já que no segundo semestre de 2014 a banda lança um novo registro de cinco canções inéditas que os integrantes dizem completar o disco “Noises”, que começaram a lançar dois anos antes.
Enfim, nomes não importam, formatos tampouco. Para o Topsyturvy, a música é livre como uma jam infinita e assim deve permanecer.
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